terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Vidas"

…Uma vida agitada e tentadora

Com uma rotina avassaladora

De quem insiste na dependência

Dum traço amargo

E que ele fica escravo…

"Todos" (parte I)

Todos são heróis no seu auge, do alto da sua fortaleza

Todos, grandes e nobres de frente defrontam

Todos os malefícios e superam diante de

Todas as maiores adversidades do clima

Todos são isto e aquilo que de aquilo nem isto têm

Mas que no entanto são a mais dos de mais que se acham demais...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tanto Tempo

É que eu passo

Tanto tempo á tua espera

Quem me dera

Que o tem passa-se

Mas se o tempo passa

Fico mais velho na raça

E se for o caso disfarça

Já não tem graça

Não demores tanto tempo

Eu ajudo

Empurro a areia

Da ampulheta

A cerveja preta

Já vai “tando” no fim

E nem sinal ti

Não demores

Já estou a ficar velho

E já nem a tua voz ecoa

Porque o tempo não perdoa

E passa de mais

Posso perder a energia

Do abraço

Que conhecias

Antes de eu pedir

P’ro tempo passar

Não demores já estou a “anhar”

Vem depressa

No regresso

É só isso que eu peço

Já não suporto esta solidão

De dividir o colchão

Com o frio

O recheio da nossa casa

Hoje é o vazio

Que intimida

Na dormida

Agarrado á almofada

Não demores minha fada

Porque só a fotografia

Não sossega a agonia

E eu vou contando

No dia-a-dia

As horas que não passam depressa

Nem as minhas preces apressam

Nem aceleram

O relógio está armado em “cabrão”

Mas já nada é lógico

Nem a tua vinda

Quanto mais o teu regresso…

"Assis Manuel Branco"

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"A minha ignorância XXL"

"A minha ignorância XXL"

Vesti por breves momentos

A camisola da ignorância

No seu tamanho XXL

Puni num estereótipo

Avaliado pela aparência

Forma de estar, vestir e falar

A quem se dava

E com quem se dava

A forma como dança

Também contava

Predefini a ideia

De ser oca

Onde só o vestuário sobressaía

E a ilusão do “chique”, bem-bom

E bonito

A contagia

Irrisório como dez minutos

E dois olhares

Tomam toda esta visão

Mais absurdo

Ainda

Foi o “estaladão” que levei sem mão

Quando nada disto redigido

Se transporta para o acontecido

Afinal é muito mais emotiva.

De oca tem pouca

Ao contrário, pica

A escrita num incentivo

Num contacto de motivação

De quem lê com atenção

Questiona e debate!

Dá-me a sensação dum tom irritado e raivoso

“…porque guardas as cenas para ti?...”

“…dá-te ao mundo…”

Fiquei boquiaberto

Nunca por nunca

Predefini tal ideia

De garra, querer e ambição

Fiquei completamente sem chão

Perante tal reacção

Senti-me absurdo

Ridículo

E convicto

De que por vezes a minha ignorância é XXL…

“Assis Manuel Branco”

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Enganei o Ego

Enganei o ego
Esmaguei a história
Dr. viva a IN-glória
Redigida e mal entendida
Quereis dormida?!
Abriga-te no chão
Tiveste tudo na mão
Desperdício reparas tu
Tarde demais
Para meros mortais
Acaricia as pedras da calçada
São suaves como o veludo
Deliciosas como a seda
Que embebeda
A luxúria
Agora sim a vida é dura
Onde está a dureza
E a virilidade do ser
Quem te der ter
Não era?!
O tempo foi-se
Quereis uma ajuda?!
Dou-te a foice
Essa de certeza te entrega a eternidade
Sem mágoa nem rancor
Ai tens toda a liberdade
Agora vá…
Envenena-te á vontade
Sem estragares de outros a felicidade
Agora sim tens tudo o que querias nas mãos!
Chuta com força
Empurra-te com força
“Esmifrate” com força
Nessa minha cabeça oca…
No entanto
De pouco e de nada
Sempre se vai tendo alguma coisa
Nem que seja sarna para nos coçarmos
Nem isso chega
Quando a comichão é tanta
E as unhas são tão profundas
Para perfurar as veias
Derramadas pelos Contentores
Com narinas aguçadas
Cheirando lixo de enfiada
De garganta seca
E amarga
A língua completamente esturricada
Solta a fumaça amaldiçoada
Pois quando deres por ti
Tens a cabeça repousada
De alma leve e elevada
Com a carne já pesada
Entre a madeira
E alguns metro de cetim branco
Que te cobre sem eira nem beira
Na perspectiva dum retrato em caveira
Culpa tua
Fizeste da vida um torneio
Pois só quem te presta homenagem

É um humilde coveiro…




Assis "Manuel" Branco