quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quero Conexões Perfeitas

Quero Conexões Perfeitas

Quero a conexão perfeita do mar e da areia

Da calçada e das suas pedras

Quero a conexão perfeita do avô e do neto

Da goma e do miúdo

Quero a conexão perfeita do professor e do aluno

Da matéria e do cientista

Quero a conexão perfeita do jornal e do jornalista

Da zebra e da risca

Quero a conexão perfeita do pintor e da tela

Da música e do ouvido

Quero a conexão perfeita do beat e da rima

Da sebenta e da caneta

Quero a conexão perfeita do livro e da estante

Da almofada e da cabeça

Quero a conexão perfeita do poeta e da poesia

Da langeri e da mulher

Quero a conexão perfeita do teu perfume e do meu nariz

Da minha boca e do teu sabor

Quero a conexão perfeita

De “eu” e “tu”

“Assis Manuel Branco”

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Frente a Frente

Frente a frente o ridículo cai no inverso

Estou possesso com o começo

Tenho apresso ânsia e rebeldia

Sr. Sorria…

Isto é só um achego

porque ainda não sei se chego

Estarei sempre

Aqui estarei...

"Assis Manuel Branco"

Como?!

Como?!

Como lutar?!
Será que existe uma maneira certa?!

Como chegar?!
Será que existe um caminho certo?!

Como reagir?!
Será que existe uma reacção certa?!

Como limitar?!
Será que existe um limite certo?!

Como lidar?!
Será que existe uma lidação certa?!

Como se faz?!
Será que existe uma maneira certa de fazer?!

Como se pergunta?!
Será que existe uma maneira certa de perguntar?!

Como concluir?!
Será que existe uma maneira certa de concluir?!

Como?!, como?! e mais como?!

Não sei…


“Assis Manuel Branco”

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dia de Escrever

Dia de Escrever

Hoje é daqueles dias que se pudesse passava o dia inteiro a escrever Tenho tanta coisa para despejar cá para fora que se não o fizer a minha cabeça fica á nora Tantas questões perguntas emoções sensações inquietudes Apontar as minhas falhas e erros e valorizar algumas virtudes Hoje se passasse o dia a escrever tenho a certeza que este desassossego acabaria e que seria uma vais valia em todas as minhas vertentes Libertava os fantasmas da minha cabeça e com certeza que aumentava o meu reportório de letras e rimas Passar o dia todo a escrever era só o que queria sinto essa necessidade de absoluto isolamento Mas não posso estou simplesmente ocupado demais a etiquetar livros e jornais O trabalho nem é doloroso mas tanta acalmia torna-o penoso Vou ter de pousar a caneta e largar o papel Não me apetece nada mesmo nada Pois este desabafo de mim para mim é bom é doce é puro mel Mas antes de ir deixo aqui um breve apontamento de uma poetisa que encontrei quando estava no “etiquetamento” De seu nome Maria Isabel Covas Lima de Carvalho que escreveu A Saudade

A Saudade

Bendita sejas saudade,

Que me fazes recordar

O tempo da mocidade

Quando a vida se resume

Em rir, amar e folgar

Sem sentir dor, nem queixume!

Sempre ligada ao amor

Tu estás sempre presente

Nas cinzas d’amor extinto

Na chama d’amor ausente.

“Maria Isabel Covas Lima de Carvalho”

"Assis Manuel Branco"

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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13 linhas 13

Eu criei 13 ambições

Nas mesmas 13 residem 13 frustrações

Revejo 13 dias 13 Marcados em 13 paginas

Das minhas 13 vidas Já vi 13 partidas

Sem 13 regressos Fiquei 13 vezes possesso

Outras 13 embaraçado Com 13 abraços dados

Agora são 13horas num dia13 sem o 13ºmês

Passaram 13 minutos e nem vi os 13 segundos

Nunca ouvi menos de 13 vezes que não, “não gosto de ti”

Mas também nunca ouvi mais de 13 vezes sim, “eu gosto de ti”

Dei por mim com 13 sonhos a subir 13 degraus

Tive a azar das 13 vezes que passei por baixo de 13 escadas

Conclusão, foram só 13 mossas!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Fantastico

Sou um bruto dum poeta analfabeto

Que mal trata a língua portuguesa

Pois em cada 13 frases que escrevo

Escrevo 13 palavras mal

Mal não no seu sentido

Mas sim na conjunção das 13 letras redigidas

Porem adoro conjuga-las no final

Com a mesma entoação

Ou o mesmo som literário que as define sinfonicamente

O “metafísico” de cada uma delas

E a sua exuberância são fascinantes

Tão fascinante que me fascina

A destreza da sua expressão

E esta forma comum e invulgar

Como só alguns as conseguem desenhar

Recordo

Foram tão poucas

As demonstrações

Tão poucas, de carinho e afecto que obtive

Mas tão poucas que só me recordo

Dos pedaços de ingratidão que recolhi

Não me recordo de ser recordado louvado

Amado abençoado e penso se isso algum dia me ocorreu

Paranóia talvez, não sei, mas foi assim

Que recordei não ter sido recordado

A Morte Já é Velha

A morte percorre os bancos “velhos”

“Velhos”, já cansados é espera

Que tal sorte os limpe deste mundo

Os mesmos que trabalharam a ceifa

Os mesmos que guardaram o pasto

E alimentavam rebanhos negros

E se fartaram quando em 74 se uniram

Esquecidos por uns

Lembrados por, outros,

Fumam o tempo, esses, bancos “velhos”

Esquecidos perdidos onde só a morte os acha.